Saber mais sobre nosso DNA pode ser uma coisa instigante, quase viciante. Quanto mais descobrimos, mais informações queremos extrair da nossa genética. Nesse texto, nós da Genera vamos dar algumas dicas sobre como #DesvendarSeuDNA para os que não sabem nem por onde começar.
O mundo da genômica pessoal é muito vasto. A todo momento, novas descobertas são feitas sobre o DNA humano, mudando tanto a nossa visão de como doenças e tratamentos têm efeitos em cada indivíduo, como também nossa percepção sobre nós mesmos e sobre as capacidades de nosso corpo.
O processo de se autodescobrir através de testes genéticos é muito gostoso, mas, como toda tecnologia nova, nem sempre é fácil saber por onde começar nossas pesquisas. Por isso, decidimos reunir algumas dicas de um de nossos queridos fundadores, Ricardo di Lazzaro, médico geneticista A-P-A-I-X-O-N-A-D-O por cada gene e cromossomo presente em nossas células, sobre por onde começar a procurar por pistas de você mesmo.

Dica 1: converse com pessoas que podem lhe dar pistas sobre sua genética

No fundo, no fundo, somos formados de milhares e milhares de acasos, que fizeram com que cada um de nossos antepassados se cruzassem em seus caminhos no momento certo. Alguns desses acasos podem ser descobertos em testes genéticos, mas, infelizmente, nosso DNA funciona como uma antena que nos liga ao passado: quanto mais distante, mais ruídos temos na comunicação, de forma que é difícil saber os detalhes das vidas dos nossos ancestrais em gerações mais longínquas.
Um bom caminho para contornar isso é perguntar para nossos pais e avós o que eles sabem sobre o restante da nossa família. Temos certeza que eles possuirão informações valiosíssimas que irão lhe ajudar a entender melhor os seus resultados de testes de ancestralidade e características, ou até mesmo ajudar a prever o que pode estar em seu DNA.
Sabemos que essa é uma dica difícil de seguir quando não conhecemos nossos familiares ou não temos abertura para esse tipo de pergunta, mas não desista do seu caminho de autodescoberta, ainda temos mais 6 dicas pela frente!

Dica 2: se observe

Sim, por incrível que pareça, nosso corpo é um grande aliado na hora de prever o que poderia aparecer em nossos testes de DNA. Observar-se é uma forma de buscar autoconhecimento a partir da identificação do seu fenótipo, ou seja, da manifestação que conseguimos enxergar ou detectar das informações que nossos cromossomos carregam.
Para isso você pode começar observando sua cor de olho, por exemplo. Repare também na sua tolerância (ou intolerância) à lactose, no seu tipo sanguíneo… Já se perguntou de onde vieram essas características?

Dica 3: seu sobrenome pode lhe dizer muitas coisas

Assim como as linhagens, os sobrenomes são herdados de gerações em gerações. Por isso, são uma excelente forma de nos conectar ao nosso passado e de descobrir um pouco mais sobre o que aconteceu com nossos ancestrais.
Os obstáculos e dificuldades que tínhamos antes para encontrar mais informações sobre a origem e significado dos sobrenomes têm sido contornados com a facilidade que a internet nos proporciona. Hoje, basta jogar seu sobrenome no Google e em poucos segundos você terá uma série de bancos de dados capazes de mostrar história, locais de maior incidência e pessoas, ou seja, praticamente tudo sobre aquilo que procura.
Nessa dica número 3 deixamos duas plataformas legais para quem procura se aprofundar (ambas gratuitas!):

Forebears

No site Forebears você conseguirá informações sobre milhões de nomes e lugares. Basta procurar pelo seu sobrenome e a plataforma lhe apresentará a posição em que ele se encontra dentre os sobrenomes mais comuns, a quantidade de pessoas com o mesmo sobrenome, o seu significado, o mapa de distribuição e muito mais. Infelizmente, esse site ainda não está disponível em português brasileiro, porém, pode ser consultado em outras línguas, incluindo português de Portugal e espanhol.

Sobre Nomes

Sobre Nomes é uma plataforma recém criada pela Genera, junto ao historiador e genealogista Rodrigo Trespach. Nela, colocamos a história sobre os principais sobrenomes encontrados no território brasileiro, contando suas histórias e comentando um pouco como foi sua chegada em território nacional. Estamos constantemente ampliando nossa base de nomes, então se você não achou o seu hoje, volte daqui um tempo para ver as atualizações.

Dica 4: esteja antenado sobre novas descobertas

Como já falamos, todos os dias novos avanços são feitos quando o assunto é genômica pessoal. Por conta disso, se manter informado sobre o que está acontecendo nesse mundo é uma ótima forma de ir se familiarizando com termos e jargões da área, além de saber sobre novas coisas com as quais você pode se aprofundar usando o DNA como material de estudo.
Para isso, busque newsletters mensais ou semanais que tenham como assunto genética. Isso pode ser feito buscando por sites de divulgação científica, por exemplo. Pesquisas no próprio Google também podem ajudar, além da participação em comunidades de genealogia dentro Facebook ou até mesmo na plataforma do Ancestry (em inglês).

Dica 5: faça um teste genético

Um passo maior no autoconhecimento por meio do DNA é realizar os famosos testes genéticos.
Existem muitos tipos desses testes no mercado, com focos diferentes, formas distintas de passar informações e diferentes preços. Alguns são mais caros, outros mais em conta, mas você não precisa começar gastando muito para ter acesso às suas informações genéticas.

Para começar

Exames como o Teste de Ancestralidade, Saúde e Bem-Estar são uma excelente maneira de começar, já que eles mostram os resultados de um jeito mais didático e explicativo, de uma forma que pessoas com diferentes níveis de conhecimento em genômica sejam capazes de compreender as informações que ele apresenta.
Com ele, você pode aprender coisas como a origem dos seus ancestrais e diferentes características que estão marcadas em seu genoma. Esse teste analisa cerca de 700 mil pontos do seu DNA, sendo mais barato em comparação ao sequenciamento do genoma completo por não analisar a sequência inteira, apenas alguns pontos de interesse.

Para avançar nas descobertas

Se você quer ir além, um exame como o Genoma Completo é o que você busca. Essa é uma opção um pouco mais cara, mas que trará informações mais específicas sobre o funcionamento do seu corpo, além de possibilitar que você tenha acesso à sequência do seu DNA.
Como o genoma completo traz muitas informações, geralmente seus laudos são mais complexos, sendo necessária a ajuda de médicos ou geneticistas para auxiliar no melhor entendimento do material. 

Dica 6: procure entender seu resultado

Quando tiver em mãos o resultado do seu teste genético, não se assuste com as informações escritas! 🙂
Por mais que elas pareçam ser difíceis de entender, existem diversos espaços de divulgação científica que lhe ajudam a desmistificar todas as siglas e dados apresentados em seu resultado. Canais de vídeos podem ser uma alternativa audiovisual na busca para entender melhor seus resultados, e pesquisas rápidas no Google podem ser muito esclarecedoras, como por exemplo: “O que são SNPs?
Quanto mais você souber, mais fácil será ir além.

Dica 7: pesquise mais em bancos de dados de genética

Essa dica é para aqueles que querem novos desafios. Para seguir com a Dica 7, é muito importante que você esteja seguro quanto ao seu vocabulário na genética e, se possível, saiba inglês ou tenha domínio sobre o Google Tradutor, pois, infelizmente, a maioria dos sites que faremos referência não tem uma versão em português.
Uma vez que você está com os seus dados genéticos em mãos, não há limites para a quantidade de informações que você pode ter. Existem vários bancos de dados que você pode utilizar para saber mais, tanto sobre parentes genéticos, quanto para buscar mais características relacionadas ao seu genótipo e até mesmo se aprofundar nas suas linhagens materna e paterna. Seguem alguns links legais, lembrando que existem vários outros:

Omim

No Omim (em inglês), você pode pesquisar fenótipos, SNPs, genes e muito mais. Poderá relacionar as informações que encontrar ao que você já descobriu sobre seu DNA com os passos anteriores deste texto.

Ensembl

Esse é um site (em inglês) para quem quer se aprofundar sobre genoma e também saber mais sobre o DNA de outras espécies. 

As descobertas nunca param

Esperamos que esse texto lhe incentive na busca pelo autoconhecimento. Sabemos que no início não é fácil, mas depois que a gente pega o jeito, não tem o que nos pare (mas nós somos suspeitos para falar, não é mesmo?).
O importante é lembrar que as descobertas nunca param de acontecer e que pouco a pouco revelaremos mais peças desse grande quebra-cabeças que é o DNA.